sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Feliz Natal
Famílias em festa
O Espírito vaga pelas ruas
Distribuindo sorrisos e abraços

Caridade, compaixão
Compreensão, doação, desligamento
Só felicidade
Compartilhamento

E os porcos andam pelas ruas
E a comida já feita, se come crua
Barro nas casas, casas no barro
Árvores uniformizadas e brilhantes

Ditadura!
Alienação, hipocrisia, corrupção
E vem as canções, os gritos, os coros
Feliz Natal

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ampulheta

E de grão em grão
Vai descendo a areia
Areia do tempo

O tempo passa
E passa, passando no tempo
Volta, voltando no tempo

Tempo que muda o mundo
Mundo que muda e fica mais sórdido
Paradigma sem volta

O tempo vai se polindo
E a terra vai se engolindo
E as pessoas mais lânguidas

sábado, 10 de dezembro de 2011

Sem pé e cabeça

Mais um dia se passa
Sorrio olhando pra vida
Dançando
Dando piruetas, cantando
Achando graça

Uma vez me falaram pra ir com fé
Sem medo, sem temor
Pé no chão, mala na mão
Destino escolhido
Viajando numa canção

Canto esses versos que não são tristes
Tristeza é não ter o que comer
Invento um discurso, mil palavras, que eu nem sei com dizer
E se pela manhã olho pra cima não vejo nuvens
Só vejo o mar

Vejo o mar, amar
Vejo amar o mar
Vejo o mar, amar, o mar
E vejo amar, amar, amar
E vejo amar
E vejo o mar, o mar, o mar
E vejo o mar

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Fome de tudo

Selva de Pedra
Cidade de Barro
Mar de Areia
Areia no ar

Sonho acordado
Corro sentando
Sento deitado
Olhos fechados

Tristeza feliz
Pé aberto
Mãos no chão
Escrevo na mente

Mente que mente
Voando no piso
Ar líquido
Fome

Quente frio
Alto Baixo
Gordo Magro
Fome

sábado, 3 de dezembro de 2011

Eu não escrevo pelo simples fato de jogar as palavras e brincar com as mesmas. Eu escrevo porque tenho necessidade, as minhas letras, minhas palavras, minhas escritas são o meu refúgio, o meu grito de guerra. É quando eu encho o peito e enfrento o mundo sem nenhum pudor. Nas minhas escritas estão minhas lágrimas, minhas alegrias, minhas euforias, minhas melancolias, minha malemolência, meu eu. É uma busca constante, uma monotonia vibrante, palavras que se repetem, poemas e textos com continuações... Esse sou eu e esse ''eu'' é meu.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sei

Eu sei daquela noite
Daquele dia
E do outro, eu sei, também
Mas o saber é meu
Nesse caso, nem eu sei, se sei de algo
As vezes só sei do que não quero
Só sei do que não gosto
Só sei do que eu não deveria pensar em saber
Mas sei que o que eu sei é meu
E isso se repete
Sou o que sou porque sei do que sou
E esse saber, mais uma vez, se repete