quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Repetições


O que eu faço, faço de novo
Pois se fiz uma vez
Faço de novo

Se não fiz
Não faço
Nem me movo

O que você faz, faz de novo
O que não faz
Não se faz(nem de novo)

Por que repetir o errado?
Se é errado não se deve fazer
Nem uma, nem duas, nem outra vez

O problema é que eu faço
Você faz
E a gente faz de novo

Letras

As letras
Produto de maior importância da escrita
Quando são escritas
Se transformam em palavras
Que viram frases, parágrafos, versos, poesias, textos
Que entram pelos olhos
E se fixam na mente
Que sente e se encanta
E dança
Na imensidão da escrita

Com sorrisos ou lágrimas
Afeto ou desamor
Produto das letras que se transformam em leitura
Aos olhos do leitor

Meu blog

Meu blog é meu mundo
São meus pensamentos, meu eu
O fundo do pensamento que eu expresso
Meu blog é o meu hoje e o meu amanhã
É o meu acordar toda manhã
É pessoal e impessoal
Ao mesmo tempo que ele me é
Ele não é, nem foi
Meu blog é tudo, é nada
É poesia, é poema, é poeta, é por
Por um pouco de mim
Numa página
Talvez pra sempre, talvez com fim

Sobre a importância das pequenas coisas:

- Bom dia!
- Dia bom!
O que era tristeza virou alegria e o meu dia mudou de tom.

Notas

Linhas
Num papel ou aparelho eletrônico
Que me fazem escrever coisas minhas

Coisas roubadas, na verdade
Que eu tomo como minhas
E escrevo

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Prenderam o tempo
Entre metal e vidro
Com a intenção do tempo controlar
Que bobagem!
Ele é incontrolável 
Ele não para de passar 
O poeta usa do amor alheio
Das coisas pelo meio
Pra fazer a sua poesia

Nela ele retrata a felicidade
A malemolência
A melancolia

Junta tudo numa seta
E segue numa reta
Rumo à harmonia

domingo, 28 de julho de 2013

Da poesia

Da poesia eu sei muito pouco
Um murmirinho só
Se ela fala, eu me calo
Atento, a ouço
E ela talha em meu osso
Seu ser
Que eu transpasso no meu
Por viver

segunda-feira, 22 de julho de 2013


A vida é feita de linhas(feitas a mão e de caneta)
Que traçamos todos os dias
E, firmes como são, não se apagam
Se acumulam
Por isso existem as manhãs, tardes e noites
Por isso existem os dias

Dias feitos para nos lembrar
Que as linhas traçadas não se apagam
Mas há sempre uma chance de traçar uma nova linha
Em um novo dia

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Sobre completar 18 anos:

Acordei
Não tinha mulher, nem filhos
Nem apartamento com utensílios
Nem carteira de habilitação
Muito menos a chave do carro na mão
Apenas um novo reconhecimento jurídico
Mãe, agora eu vou ter que votar em político

terça-feira, 11 de junho de 2013

Ides lá, ó meu amor
Ides lá com as ondas do mar
Pois se ficas por aqui
Não tens tempo pra sonhar

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O condor passa

O condor passa
forte ameaça
fruto de uma teoria
fruto da ciência
fruto da sobrevivência

O condor passa
voa mansinho
calculista
e na hora do bote
acelera o passo, tem asas de aço

O condor passa
não faz graça
não sorri
continua centrado
cada passo amplamente calculado

O condor passa
a ave de rapina
que corta a neblina
engole chuva
atravessa trovão

O condor passa
nós também
aliás
nós passamos com a vida ou a deixamos passar?
O condor passa

domingo, 21 de abril de 2013

Canto pra vida, canto da vida

Eu quero
uma casa bem na praia pra morar
e quero que você esteja lá
pra eu ter pra quem voltar
pra eu ter pra quem voltar

Eu espero
um dia poder chegar
num lugar onde eu não sei onde está
só pra poder
viver em paz

E eu quero
um dia bem distante do fim
com uma grama bem molhada
e deitar, olhar pro céu
e ver você chegar

E estando
bem junto, em frente ao mar
o horizonte admirar
e dessa vida, e nessa vida
fazer poesias, canções, confissões, relatos

Ouvindo o balançar das árvores
o cantar dos pássaros
e a correnteza do rio
poder deitar em chão macio
e contemplar a vida

Estando
sempre na presença de tudo
tudo o que há em mim
tudo com você aqui
e o mundo apreciar

Deixando para trás tudo que é banal
tudo o que me consumiu
e ser feliz com o que a vida
tem de melhor
pra se mostrar

E viver sem preocupação
E viver sem
E viver...
E
Viver 

terça-feira, 2 de abril de 2013

O vento sobe
pela ladeira
e sopra no meu ouvido

E desse sopro
surge então, como surgem as outras coisas
uma poesia

Poesia essa
quente ou fria
como as correntes do vento que me sopra o ouvido

quinta-feira, 21 de março de 2013

Quando a gente cresce

O azul bebê, virou azul-escuro
e escuro virou apenas a noite

Os monstros que eu via(no escuro)
agora são outros
com outras formas
semelhantes a que eu tenho

E o que era pudor, virou normal
E, o normal, virou pudor
E a verdade, mentira
E a mentira, verdade 

Nem cantiga de roda, nem esconde-esconde
Não corro, não grito, não pulo
E quando grito, corro e pulo é com medo da vida
é com medo do tempo

Por isso
digo aqui e, que, fique bem explicado
Em alto e bom tom
Quando eu crescer quero ser criança



domingo, 3 de março de 2013

Quem faz quem

O que eu escrevo
tem de mim
a minha maior parte

Muito do que eu falo
tem de mim o que eu não ensaio
pra falar

Mas a poesia
se você reparar
pode até sentido não ter

Mas, oras!
se você não sente
o que vai entender?

A poesia é muito mais pra se sentir
do que se compreender
porque quem sente, compreende por conhecer sua alma

E quem conhece a alma da poesia, conhece a do poeta
pois o poeta deposita um pedaço do seu âmago 
em cada poesia expele dos seus dedos, da sua fala, da sua mente

E se você me perguntar:
você faz poesia, meu rapaz?
eu direi que não, é ela que me faz

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Alto lá!
Bandeira branca que se fincou
O sorriso no rosto dos sobreviventes
Apaziguamento vindo em mentes
Finalmente
Paz

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sons

A música que passa pelos ouvidos do homem
Levanta seus pés
Tira-os do chão
E os três rodopiam juntos
A música, o homem e os seus pés

A roda de dança que balança
E o embalo a embalar
A música a embolar
Som de flautas, tambores, violões
A música que move a vida

Os pássaros, as águas, o vento, as árvores
Entram numa sintonia só
São a grande banda
Banda da natureza
Que enche a banda do meu ouvido de música

Sinta o som
Deixe ele te levar
Incorpore cada batida, cada batuque
Virem um só
E o som a te levar

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Janela

Abro os olhos
Olho a vida
Penso pra frente
Lembro do passado presente
Vento no cabelo
Cheiro de vida
Viso o mundo

Abro a janela
Olho o menino a jogar bola
Penso no futuro que há de vir
Lembro dos meus tempos de menino
Vento a soprar
Cheiro a se perpetuar
Visagem de uma janela

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Um

Sem moradia
Vou vivendo o dia-a-dia
Pescador de histórias
Contador de memórias

Barato mesmo é a achar a beleza
Sem arrodeios, com franqueza 
Escrever coisas simples
E comuns, como me dizes 

Mas, te digo, cada palavra
Tem um jeito bonito de ser falada
Assim como as pessoas
Os animais, a vida, a natureza e as broas