Pego um compasso
faço um traço
amarrado num laço
Escrevo sem saber o que escrever
não sei o que escrevo
talvez seja uma forma de psicografia
talvez seja alguém do outro plano ditando no meu ouvido
talvez seja só eu e meus olhos diante do papel
Vejo o mundo emoldurado
de uma moldura transparente
sem a qual eu não veria o mundo nitidamente
apenas mal-visto, maldito
Mas, mesmo sem sentido
no final o que eu escrevo
sou apenas eu, num papel, numa página
num mundo furta-cor
E se um dia, menina
te perguntarem quem sou eu
apenas diga que sou
nem seu, nem meu
sou
O ponteiro hoje tá implicando comigo
briga, xinga, se adianta, corre rápido que só
e as horas me tornam um pequeno grão de areia
nessa imensidão escura que eu vejo pelos meus olhos
que já não veem
pelas horas que são
pelo sono que perdi
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