sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Onde foi parar o teu amor?

- Não faça, nem pense em fazer.
- Por quê?
- Eu acho que não é uma coisa que vai acrescentar algo em sua vida.
- O que você sabe sobre a minha vida? O que você sabe sobre mim?
- Eu sou seu pai!
- Pai? O moço da padaria é mais meu pai que você
- Não fale isso! Eu te criei.
- Nunca estava em casa e quando chegava só sabia me dar broncas e sermões.
- ô moleque, não fala assim comigo!
- Não vou falar mais. Eu vou é sair de casa.
- Você é louco?
- Como se você se importasse...
- Pra onde você vai?
- Qualquer lugar, lugar qualquer. Todos os lugares que ficarem longe de você.
- Desculpa meu filho.
- Não sou eu que tenho que te desculpar, é você que tem que fazer isso.
- Você não vai sair de casa!
- Já saí. Agora, finalmente, estou livre.
Ouve-se uma porta fechando brutalmente. Dias depois, acha-se um bilhete molhado com lágrimas e cheirando a liberdade.
No bilhete continha as seguintes palavras:
‘’ De que adianta se prender com medo do mundo lá fora? De que adiantou todos seus sermões? Onde estava o amor? O seu amor? Estou desgastando, enfadado. Quero sumir, quero ser eu. Eu vou ser eu. Quando lembrar de mim, lembre-se do vento que está em constante mudança, em constante caminhada. Caminha que você não me deixou seguir por tanto tempo. Agora eu caminho sem um amanhã, caminho com um hoje.
Até nunca mais.’’

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